"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida" — Clarice Lispector.
domingo, 3 de abril de 2011
Preciso apreder a ser menos. Menos dramática. Menos intensa. Menos exagerada. Alguém já desejou isso na vida: ser menos? Pois é. Estranho. Mas eu preciso. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me de uma droga forte para tranquilizar a alma. Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Eu preciso respirar. Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, amar menos, sonhar menos, sofrer menos ainda.Aonde está a placa de pare bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára,nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre, me chama e eu vou com o coração na mochila, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou. Esxiste ai algum remédinho para não sentir? (...) Quer saber? Existe! Existe e eu preciso !